A importância da jornada do Colaborador
O mercado das Tecnologias de Informação (TI) é feroz, a concorrência no recrutamento continua bem viva e não há receitas infalíveis para dar a volta ao texto. No entanto, as empresas têm sempre a favor um fator que nem sempre é exercido: dar uma perspetiva de futuro ao colaborador.

Sim, a carreira importa, desde que estamos frente a frente a um candidato, até passarmos para o onboarding e, posteriormente, integrarmos a pessoa na equipa. Todo o acompanhamento do ciclo do colaborador na empresa deve começar assim, com um horizonte de desenvolvimento profissional que, no fundo, é também desenvolvimento pessoal.

Recrutar bem é difícil, mas não nos esqueçamos do outro lado, de quem pretende iniciar um novo capítulo, ver as suas competências potenciadas ao máximo, em ambientes diversos e estimulantes. Hoje, há ainda um desejo vibrante de progressão nas pessoas que não podemos desperdiçar. 

O foco terá de estar no modelo de desenvolvimento de carreiras e nas opções que existem, interna e externamente, para crescer e progredir. Sempre a pensar no desenvolvimento de cada um, de forma humanizada e personalizada, porque não existem duas pessoas iguais. 

Se há recursos para projetos, porque o mercado das TI tem oferecido essa possibilidade, terão de existir recursos para desenvolver os colaboradores. Ou seja, a cultura de crescimento de uma organização não pode estar limitada à procura de mais negócio. Desta forma, teremos de ir ao encontro daquilo que as pessoas valorizam.

Olhemos para um exemplo prático: está prestes a sair de casa e precisa de transporte. Agora, já não vai andar uns bons metros à procura, pois tem aplicações que lhe resolvem o problema e, em poucos minutos, um veículo aguarda-o à porta para levá-lo ao destino. No recrutamento e na parceria que deve ser profícua com as pessoas, este é o racional que tem de estar por detrás das estratégias de atração e retenção. Por isso, a aposta passará por guiar o colaborador numa viagem feita à sua medida, de forma segura, até ao ponto onde quer chegar.

Em primeiro lugar, a formação oferece diversas possibilidades, mas estas têm de fazer sentido para o colaborador. Para encurtar distâncias e rentabilizar tempo, o e-learning afigura-se como uma opção, aproximando realidades e boas práticas, até a nível internacional, podendo ser disponibilizado nas plataformas internas das organizações. As instituições de ensino também estão, cada vez mais, a responder a este desafio.

Mentoring e coaching, ou trabalhar o “eu” de cada um, de forma individualizada, para apoiar a definição e implementação das novas apostas profissionais (e por que não de vida), que podemos potenciar. Paralelamente, há a necessidade de ter mecanismos de comunicação/feedback e espaços próprios para avaliação, transversais e, sobretudo, transparentes.

Outro ponto a valorizar é a flexibilidade, da empresa e do trabalhador, com possibilidade de trabalho remoto, adequando e equilibrando as atuais necessidades e aspirações das pessoas. Por último, uma palavra-chave: envolvimento, isto é, a proximidade e o sentido de partilha (de metas, crescimento, entre outros) têm a capacidade de forjar a identidade da organização, que deve ter sempre uma cultura própria, reconhecida e promovida por todos.

Tendo isto em conta, há que ser igualmente preventivo e procurar, recorrentemente, respostas às perguntas “O que é que o mercado está a dizer?” e “Quais são as tendências?”. Só assim será possível fazer a diferença.

As organizações contam com as pessoas, mas as pessoas também contam com as organizações. Quem tem a responsabilidade de guiar um profissional nesta viagem pelo mundo do trabalho jamais poderá esquecer esta máxima. 

Ana Sofia Pardalejo
Manager na askblue e responsável pela área de People Management

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